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You don't fall far from the tree (now).

 O que a gente quer é querer.

Se eu não estivesse numa relação, eu ia querer estar.
Se eu estivesse só de rolê, eu ia querer algo sério.
A gente quer é querer as coisas diferentes do que elas ocorrem.


Parece que não,

Quer que não,

Mas mexe.

Mexe porque é coisa minha.
É pessoal.
É projeção.

Quando eu ouvia essa música, eu já nem estava mais na árvore.
Eu já tinha caído dela há um tempo e estava tentando me segurar nos galhos.
Finos. Iam quebrar a qualquer momento. Estavam explícitos que iam quebrar.
E eles quebraram.
Na realidade, eles já tinham quebrado.
Eu seguia rolando rolando rolando rolando em frente, na espera de que eu iria encontrar qualquer galho pela frente.
Eu não olhava pra árvore na minha frente, pronta pra ramificar.
Não olhava pros brotos saindo timidamente da terra. Alguns até morrendo por falta de atenção.
Eu só olhava pra árvore quebradiça. A árvore fadada ao fracasso, já morta, ressecada. Sem elixir. Sem vida. Sem nada.

De vez em nunca, um sopro de adubo, quimicamente fortificado para dar esperanças.
O real ali, aguardando.
O sonho comendo solto.
E ela rodando, rodando, rodando e rodando.

E morrendo de medo de parar de rodar.

Inteira, quem era ela?
Se a vida inteira sempre foi ameba meleca de expressão dita Dito na imitação mais fina do nada disforme.

Quem ela achava que era pra ser alguém?

Finalmente.

 Finalmente.

Finalmente eu senti vontade de escrever sobre outra pessoa. Finalmente.

Eu não aguentava mais andar em círculos.


Sempre rolou um interesse, mas muito mais físico do que qualquer coisa. Acho conforme eu amadureço, mais eu conheço aquilo que eu sou e gosto e menos eu me interesso por relações rasas.

Fiquei arrependida de ter perdido a oportunidade, de uma maneira que eu nunca havia ficado (e eu já perdi algumas oportunidades com ele).

E eu não entendi porque eu perdi a oportunidade. Mas eu sonhei com isso. Sonhei que ele cortava as relações comigo porque eu tinha tirado ele do lugar da fila. Porque eu busco tão desesperadamente sentir? Como se existir não fosse o bastante se não estiver doendo?

Sempre rolou uma coisa comigo. A música e a trilha sonora. A trilha sonora dos meus pensamentos, suspiros, imaginação. A paixão é um sentimento muito intenso. Abriria abrirei mão dela?

Ontem fui dormir com um medo que me invadia, como se naquele momento eu fosse ser massacrada, invadida, violada pelo desconhecido. Me senti a pessoa mais sortuda do mundo. Tendo uma relação tão saudável, amigos que eu amo e que me amam, um flerte lindíssimo em Paris e que não precisava ser mais que isso. Pela primeira vez na vida, eu acho que senti que tava bom do jeito que tava. Eu não almejava mais (embora não dissesse não). Minha ansiedade me deu 1 suspiro. 1 segundo de suspiro. Senti a plenitude.

Eu não lembro exatamente o que eu falei pra ele naquela noite. Eu só sei que eu fui ensaiando de casa até o restaurante as minhas palavras. Em inglês, português, espanhol, francês. Coisa que eu só fazia com aquele cara. Me senti leve. Me senti livre. Me senti disposta. Senti borboletas na barriga. Não falei tudo que pensei. Sei lá, fiquei tímida.


Acho que não cheguei mais perto durante a festa, mesmo doida, porque inconscientemente eu sabia que podia dar merda. Mais uma merda. Uma grande merda. Não ia ter vacilo que ia segurar a gente ir mais além. Possivelmente ia ser bem legal. Ou não. Não sei. Sinceramente não sei o que passou na minha cabeça na hora, se é que passou alguma coisa por ela, mas mais um desencontro. Porque será?

Voltei pra casa e sonhei. Sonhei com essa possibilidade, sonhei com o outro garoto, sonhei com ele bravo comigo porque eu tinha tirado o lugar dele da fila. Acordei, arrumei a mala, chorei. Chorei por não entender nada disso. Acho que também chorei de alívio. Ali eu percebi meu psicológico me gritando que ele não teria mais lugar dentro de mim.

Ele sempre foi confortável. Uma pessoa interessante, atenciosa, comunicativa. Mas bem difícil de se conectar e, inconscientemente, eu gosto disso. Não é realmente perigoso. E mesmo assim já não foi perigoso o suficiente?

Fiquei olhando pra ele no sofá naquele dia. Senti que meu coração podia se perder ali. Perigoso. E curiosamente eu não estava afim de ir atrás do perigo. Ele merece mais. Eu mereço mais.

Senti o arrependimento. Pela primeira vez, senti uma conexão. Senti uma abertura. E era isso que faltava pro meu interesse despertar. Fiquei longe. Adorei falar com ele na festa. Ou melhor, escutar ele na festa. Foi a primeira vez que escutei ele falar. Eu estava gostando, mas não sei porque fui embora. Não encontrei essa resposta.

Percebi que ele sentiu também. Rolaram alguns olhares algumas vezes. Eu estava decidida a falar, afinal eu não sou boa em guardar o que eu penso para mim (embora eu ande melhorando). Aconteceu da gente ficar um do lado do outro. Aconteceu do assunto da casa, da mudança, simplesmente chegar. Eu comentei que tava triste porque não ia mais encontrar ele lá. Comentei que foi bem interessante a troca que a gente teve. Comentei que talvez essa tenha sido a razão pela qual eu fiquei distante durante a festa, porque eu senti que, se rolasse, poderia ser algo forte. Você concordou. Não sei se concordou de verdade ou só porque não entendeu nada do que tava acontecendo. Comentei que é fácil beijar por aí, mas é difícil ter uma verdadeira troca / conexão e que até então eu só tinha tido com aquele cara lá. Disse que ele me passa a impressão de ser muito mais do que eu conheço e eu gosto dessa sensação. Contei do sonho, que ele estava bravo porque a gente tinha ficado junto. Essa parte acho que ele não entendeu porque nem eu entendi. Mas ele deu risada. E concordou com tudo que eu disse. Perguntei se ele lembrava da hora que eu falei do meu crush. Se ele sabia de quem eu tava falando. Ele disse que sim. Não sei como a gente falou de são paulo. Falei de desde aí eu gosto dele. Ele disse que não sabia e eu me surpreendi com isso.  Maldito arthur. Não sei porque fico tímida com ele. Ou na realidade, eu sei sim.

Em casa, esperei qualquer coisa. Na ansiedade de que algo acontecesse, mas ao mesmo tempo na tranquilidade da paz de espírito se nada acontecesse. Acho que começo a entender que as expectativas dele eram de que eu fosse atrás. E as minhas, inverso. Rolou uma certeza de que a gente se interessava um pelo outro mas nenhum dos dois deu o primeiro passo. Busquei o olhar novamente e não encontrei. Entendi o recado. Ele subiu, eu fiquei. No dia seguinte, ele comentou que eu poderia ter dormido lá em cima se eu quisesse. Pensei em dizer que não sabia que era opção, mas guardei pra mim. A gente se deu o melhor dos abraços tímidos (poderia ter aproveitado mais) e ele me pediu uma música pra ouvir durante o caminho do trabalho. Agora isso. Com isso, eu perdi tudo.

Eu sou fácil de se encantar :)

- É isso. Eu achei que a música dele estava falando comigo. Mas ele estava falando consigo apenas. Me perdi. Entendi tudo errado. -

Dói.

 Eu gosto muito muito 

muito

muito

muito...

dele.


Gosto porque é difícil de entender porquê eu gosto. Mesmo quando é desconfortável, eu gosto.
Da sua apreensão, eu gosto.
Do seu olhar pensativo, eu gosto.
Da cor da sua pele, do jeito que seu rosto é desenhado.
Da sua boca que pelo amor de Deus, não tem como. Não tem como.
Eu tentei me convencer que você não era nada demais. Durou só até sentir de novo sua boca na minha.


- puta que pariu - 
Fiquei suspensa no ar.

Não consigo mais ignorar.
Não consigo "não entender" que tudo isso machuca.
Não consigo mais me convencer de que eu consigo ter tudo que eu quero, sem perder nada nem ninguém.
É fogo de palha, é tesão, é paixão. Admiração.
Aquela arte gostosa. É bonito demais ver ele sendo ele. Me pegou desde o primeiro dia ver ele fazendo o que ele gosta.
Aquela música. Aquela cara. Aquele olhar. Pensativo. 
Seu rosto é tão transparente, que quase consigo ouvir os seus pensamentos quando meu olhar fixa no seu...

É engraçado porque a gente não sabe o que fazer quando está junto. É tanta emoção encapsulada, tanta tanta tanta conversa e ideia pra trocar que nos transpassa. A gente trava um na presença do outro. É tanto sentimento que não consegue expressar quando tá junto.
Só parar. Olhar. E sentir.


Penso em você todos os dias.

Não é mentira quando te disse que lá eu estarei pensando em você.
Essa é a verdade e eu sei que minhas verdades machucam. Machucam porque você não consegue entender como eu gosto tanto de você, mas ao mesmo tempo eu não quero ficar guardada num potinho só pra você. Machucam, porque nosso sentimento nos extrapola e é só entre você e eu. Não é replicável.
Você é especial demais pra mim. Comigo é diferente pra você. Eu sei, você sabe.


Agora eu entendi porque a necessidade da separação brusca. Somos como um imã. Simplesmente não tem como ficar perto sem querer se grudar. Bagui de pele. Bagui de paixão. Bagui de tesão, de encaixe, de maciez. Bagui de encrenca.


A gente quer aguentar ver o outro desgrudado da gente. Mas a gente não aguenta.
A atração é forte demais.
Eu tô longe, você não quer.
Você com outra, eu sofro.
Eu não queria estar fora da sua vida. E nem você da minha.


Existirá, algum dia, um equilíbrio?

Sai de lá com o objetivo de termos encontrado nosso de vez em quando depois de termos vivido o sempre e o nunca. Volta naquela do 08 ou 80. Será que o de vez em quando machuca tanto quanto o sempre...? (tô descobrindo).


Me ver vivendo com outra pessoa não deve tá fácil, igual pra mim não é nada nada nada... fácil.
Se pra mim é difícil, eu nem imagino como que tá o coração por aí.
Eu só queria abraçar bem apertado esse coração e encher ele de beijo. Só isso.
(mas sem abrir mão do outro coração que eu também amo... você entende...?)


Amar era pra ser gostososinho e tranquilo. Da onde eu tirei isso? Será que eu não li todos os romances, não ouvi todas as músicas de amor para entender que
a paixão machuca?
Corta, rasga.
Faz doer. Sofrer.
Arranca suspiros, dilata as pupilas.
Relaxa os músculos.

Fecho os olhos olhando, gravando, o seu rosto.
Beijando seu pescoço, seus ombros, seu peito. Macio.

São muitos e grandes sentimentos. Difícil.




Sua falta vai existir pra sempre em mim.





Aniversário de morte.

 Ando bastante sensível essa semana que antecede o aniversário de morte do meu pai.

Fiquei doente. Fiquei sensível. Fiquei profunda. Fiquei sutil.

Chorei muito, ainda estou chorando. Hoje é quinta, o aniversário é na terça... 

Estou muito espiritualizada essa semana. De alguma forma, esse momento me lembra de que eu não preciso mais buscar o meu caminho, eu já encontrei. Embora eu me esqueça, embora eu me perca, embora eu durma no ponto: eu já encontrei o meu caminho. É na caridade. É no outro.

São Francisco de Assis me sussurrou no ouvido:
- Você é o outro. Seja o outro que você gostaria que tivessem sido com você.

Meu espírito guia me deu a dica:
- Não repita o mesmo erro de desistir da vida.
- Agradeça aos sofrimentos da sua vida, eles te tornaram sensível àquilo que você é.

Descobri o nome do sentimento.

Sai de casa no sábado dizendo pra Letícia que eu não iria ficar louca naquele dia, pois eu não sabia o que estava sentindo e não gostava de perder o controle quando sentia estar neste estado emocional.

Pois bem. Cumpri o prometido.
Fui, observei, me reservei, senti, analisei.

Cheguei em algumas conclusões.
O sentimento que existe ali é tesão.
A vontade de me mesclar com a música daquela pessoa é muito mais possível e inocente. Mais fácil de lidar. Me joguei.
Anda sendo tão difícil. tão difícil segurar, não entendo porquê. Tão difícil não entender.
Fico presa em looping.

Segurei minha garganta com as mãos uma hora durante o set.
Eu tinha algumas opções de conduta. Acabei escolhendo aquela em que me senti confortável: me afastei, me reservei, fiquei no campo de observação e nem isso, porque eu nem procurei, eu nem observei. Eu fiquei de fora, me mantive lá e gostei de verdade deste lugar.
Deste lugar de observação. Deste lugar de cozinhança.

Nossa parada é bem mais gostosa por fora mesmo.

Um menino.
Um menino que eu gostaria ser o homem gostoso que eu desejo tanto enxergar.
Eu continuo a nadar nessa projeção que criei para mim, mesmo sendo falsa: a ânsia de estar com esse alguém imaginário.

Peguei pra Cristo.
Coloquei todas minhas ânsias, caprichos, impulsos, desejos, entusiasmos, teimosias, atrações, sonhos... Escolhi um objeto.

Foi isso.
O sentimento ele já existia. Eu só, lenta e inconscientemente, escolhi o objeto.

Agora. Agora me deu um certo medo, um certo respeito, do poder desse tal de inconsciente.
Ele desenhou esse cara pra mim milhões de vezes nos meus sonhos. Eu achava interessante que eu acordava mexida, até porque na vida real eu nunca tinha ficado mesmo interessada nele.
Eu fui embora tranquilamente, e nunca olhei para trás.

Espera. Por que ele, por que do nada ele reviveu? Mais forte do que jamais tinha sido?
Aqui pensando, eu penso em algumas razões. Ele me endeusava, ele gostava mesmo de mim, ele queria estar comigo e ele cumpria alguns requisitos meus de desejo (certamente não todos - e nem próximo disso - mas esses alguns aparentemente já foram o suficiente para desenhar essa teia de sentimentos complexos na minha cabeça).


Esse sentimento. Esse sentimento que, por vezes, fica adormecido. É dele que eu estou com medo. É ele que eu sinto que pode engolir meu relacionamento por inteiro. Esse sentimento de desejo, tesão, búsqueda insaciável que só migra, de tempos em tempos, de objeto, de símbolo, de desenho no mundo real de um ímpeto que existe dentro de mim. Essa v
ontade de me reconectar com lados meus dormentes sempre reaparece quando eu estou numa relação. 
Acho que na realidade não estou com medo do outro.
Eu estou com medo de mim.

Por isso me consome por inteira.
Por isso não sai da minha cabeça, não me deixa dormir.
Por isso me completa, me arranca suspiros e soluços.
Porque ela existe dentro de mim.
Não é do outro. É meu.
Essa necessidade mora em mim.

Estou em pânico de largar esse lugar de busca.
Acho que é isso.
Ele veio pra me desenhar como buscar é gostosinho. 
Buscar com alguém que - pode ser que seja - uma brincadeira inocente.
Ele não é o objeto de desejo. Ele é o meio de realização.

Pesado.


E agora a pergunta que não cala:

Eu quero o que eu desejo?