Descendo as escadas,
notei.
Ali eu já sabia.
Um rosto forte, sisudo
presente,
e que, de cima, não me surpreendeu.
Só mais próxima pude perceber que,
escondido debaixo de uma moldura firme
de sobrancelhas tão grossas, tão imparciais,
existia um azul muito vivo,
destacado.
Um índigo balanceando perfeitamente
solidez,
tom,
e caninos protuberantes.
Eu já sabia.
Um rosto tão duro,
eu não tinha reparado na sua forma de olhar.
Suas linhas me chaparam de uma maneira curiosa
assim como seus olhos
que não combinam com a dureza do seu rosto,
sua risada chamava atenção pela infantilidade.
Eu nunca tinha estado tampouco no meio de tanta pilosidade,
nunca algo assim me tinha convidado a entrar.
Pela primeira vez, um corpo me levou antes de uma personalidade.
Ta peau douce
milimetricamente explorada
pelo meu interesse,
cuidado,
amadorismo.
Relevância atribuída a algo, importância.
Demonstração de atenção, aplicação e capricho.
Comportamento de quem age imaturamente diante das regras.
Pela primeira vez, um corpo me levou antes de uma personalidade.
Tinha tanto pra te conhecer,
e só me deixei levar.
Me sinto um homem.
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