145/365

Ansiedade. Eu já cansei de falar de você.

Essa ânsia. Essa vontade. Esse desespero.

Pelo que?

Você, ansiedade, você me corrói.

Me machuca.

Pesa no meu peito como uma enorme bola de chumbo, que nasce bem na boca do meu estômago. 

Minha visão turva, meus movimentos ficam rápidos, trêmulos, sem muito sentido nem direção. Apenas precisam acontecer, e precisam acontecer rápido. Eu nem ao menos consigo pensar antes de agir! Aonde eu vou com tanta pressa?

Não vejo nem escuto direito. Me sinto isolada, dentro de mim mesma.

O que foi que me deixou assim?

O ter de acordar? O ter de escrever? O ter de... viver?

Enquanto eu tento me decidir se você, ansiedade, é uma fase ou se terei que aprender a conviver contigo para sempre, uma dose de café forte me sacode, me faz levantar a cabeça, dar um longo suspiro, e despertar para vida. O hoje, amanhã nenhum devolve. E esse hoje será sem dores. Sem pesos.