As Fúrias da Mente

Um cigarro na mão; cai-lhe pior do que a ideia do cigarro. Chá de hortelã. Toca Jimi Hendrix. Por falta de estudo, seu livro favorito à mão.


"Não quer olhar para o espelho porque não quer ver sua idade. De repente começou a ver sua idade marcada nos traços do rosto. Essa é a ideia que não aceita: a degradação, a decadência. Suporta-a menos que a morte. Esse desmoronar sobre si mesmo... Das coisas e das pessoas. O fim súbito de tudo versus a lenta corrosão das formas, da matéria, das ideias e das sensações: ela opta pelo primeiro.

Não tem condições de optar pelo primeiro, não tem coragem de optar pelo primeiro. Resigna-se a esperar que o primeiro ocorra por si só.

Não suporta a ideia de deteriorar-se sob os olhos de quem amou, não suporta a ideia de ver quem amou deteriorando-se a seus olhos.

Em suma, não se resigna. Sua pena: a depressão. Que nada altera."


Te vejo e lembro da época em que eu realmente acreditava poder ser normal. Comum.
Quando me passa pela cabeça a possibilidade de talvez, nunca conseguir ser comum, me vem a imagem do meu pai.
...
Que desolução.
É com ele que eu me preocupo?

E eu?
Tanta poesia no sentimento e poucas nas palavras. Curta e grossa; direto ao ponto. 



E agora eu terminaria com um foto linda, cheia de efeitos toscos que eu, confesso, me rendo diariamente, da minha mais nova tatuagem, dedicada totalmente à fúria da minha mente. Mas... tem razão? Não sirvo para ser blogueira: o fato de tê-la aqui, riscada, na minha perna e tão somente saber que ela está aqui não me faz ter vontade de tirar uma foto linda e mostrá-la ao mundo de forma poética.

Nem pra isso eu sirvo.


Acontece.


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